Dando continuidade ao post anterior, com respostas do público com alguma deficiência visual sobre hábitos de consumo digital, a seguir mostramos as respostas dos idosos.

Após algumas semanas divulgando o questionário online, percebemos poucas respostas de idosos. Verificamos então que sentiam dificuldades no acesso ao questionário e em sua própria usabilidade. Dessa forma, resolvemos mudar nossa estratégia e aplicar o mesmo questionário de forma presencial. Tal estratégia aumentou o número de respostas consideravelmente, de forma bastante rápida e num curto espaço de tempo.

Entre os participantes acima de 65 anos, 61,1% eram mulheres, 36,1% possuíam ensino superior completo e 33,3% ensino médio, 75% usavam óculos ou apresentavam baixa visão.

61,1% Mulheres
36,1% Ensino Superior
33,3% Ensino médio
75% Óculos ou baixa visão

Em relação a seus hábitos digitais, todos os participantes possuíam telefone celular, sendo igual o número de aparelhos Android e iPhone. Dentre os aplicativos mais utilizados, o WhatsApp foi quase uma unanimidade (94,4%), sendo o Facebook, Waze, Instagram e Google Maps os outros citados.

Possui celular?

0%
iPhone
0%
Android
0%
Outro

Quais aplicativos costuma utilizar?

0%
WhatsApp
0%
Facebook
0%
Waze
0%
Instagram
0%
Google Maps
0%
Nenhum

Os resultados foram similares às respostas do público com deficiência visual, com exceção do Instagram (já que é uma rede social voltada à fotografia) e o Waze (por ser um aplicativo utilizado por motoristas de carro). Portanto, já era esperado que não fossem tão populares entre o público com alguma deficiência visual, compreensivelmente.

Percebemos que o uso de celular em lugares públicos entre os idosos não é frequente, sendo os shoppings e supermercados os lugares mais citados. E, assim como entre os deficientes visuais, o uso de aplicativo de localização não faz parte de sua rotina.

Em seguida, perguntamos sobre hábitos de consumo, sobre como fazem compras em shoppings e supermercados.

Os aplicativos de desconto não são famosos entre os idosos e 94,4% deles costumam ir aos supermercados e shoppings, não realizando compras online. Esses dados também confirmam o que escutamos e vimos em nossa pesquisa de campo. A grande quantidade de idosos em supermercados pode ser explicada pela falta de familiaridade com compras online, e por muitos serem aposentados, tendo portanto mais tempo para ir nos estabelecimentos presencialmente.

As informações sobre comportamento em supermercados e shoppings não se diferenciam muito, mas nos chamou a atenção o fato de que 38,9% dos idosos vão ao shopping para passear, confirmando a hipótese de terem mais tempo e preferirem ir até os estabelecimentos.

Esse dado também nos traz um desafio, já que nossa proposta é de mais praticidade e agilidade para que nosso público-alvo encontre um destino. Talvez essa questão não seja um problema para esse público, que teria mais tempo e, ao mesmo tempo, mais dificuldades com a utilização de novas tecnologias.

Quando perguntados sobre a frequência com que saem sozinhos, percebemos que, para lugares vinculados a lazer e viagens, como rodoviária e aeroportos, isso ainda é mais raro, sendo mais comum saírem sozinhos para idas ao supermercado e à rua.

Gráficos com as respostas dos participantes idosos

Com que frequência utiliza o celular em lugares públicos?

Gráfico que mostra a relação de participantes idosos e locais que usam o celular

Com que frequência utiliza aplicativos de localização?

Gráfico que mostra a relação de participantes idosos e uso de app de localização

Utiliza aplicativos de descontos?

Gráfico que mostra a relação de participantes idosos e app de desconto

Como costuma fazer compras?

Gráfico que mostra a relação de participantes idosos e como compra

Se precisa ir ao supermercado, como procede?

Gráfico que mostra a relação de participantes idosos e comportamento no supermercado

E no shopping?

Gráfico que mostra a relação de participantes idosos e comportamento no shopping

Com que frequência sai de casa sozinho?

Gráfico que mostra a relação de participantes idosos e onde vão sozinhos

Já se perdeu dentro de um shopping ou supermercado?

Gráfico que mostra a relação de participantes idosos e onde já se perderam

De uma forma geral, percebemos que os dois grupos analisados não costumam se perder nos estabelecimentos que estamos investigando.

A partir da análise da pesquisa quantitativa, pudemos traçar duas principais personas para representar nosso público-alvo. De acordo com Cooper (1998), personas são personagens fictícios que representam diferentes grupos de usuários. Essas personas nos ajudam a tomar decisões sobre o projeto, podendo atingir um grupo maior de pessoas, representadas por esses personagens. Em nosso caso, identificamos como principal característica das personas a deficiência visual e a idade avançada.

Personas

Dessa forma, Marcelo e Teresa nos ajudam a projetar o ViiRotas de acordo com sua necessidade, construindo um projeto que se adeque ao uso real de nosso público-alvo.

A pesquisa confirmou que o uso de celulares em locais fechados é mais frequente, e fazer compras é algo recorrente. Algumas questões levantadas nos fizeram pensar em investigar outros caminhos. A partir da análise e algumas respostas, precisamos seguir com a investigação e melhor compreender esses desafios encontrados.


Bibliografia

COOPER, A. The Inmates Are Running the Asylum: Why High Tech Products Drive Us Crazy and How to Restore the Sanity. Sams – Pearson Education, 1998

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